Por Andreoni Camargo — Marqueteiro Político
Em tempos em que a confiança do eleitor está cada vez mais escassa, utilizar métodos testados de experiência do usuário pode fazer toda a diferença no sucesso de uma campanha. A heurística de Nielsen, originalmente pensada para melhorar a usabilidade de sistemas e interfaces digitais, pode — e deve — ser aplicada ao marketing político, especialmente no ambiente digital.
Abaixo, adapto os 10 princípios criados por Jakob Nielsen para o contexto político, oferecendo uma nova perspectiva para candidatos, equipes de comunicação e consultores.
1. Visibilidade do status da campanha
O eleitor precisa saber o que está acontecendo.
Mostre bastidores, atualizações do plano de governo, entregas de mandato e movimentações da campanha. Transparência gera confiança.
2. Compatibilidade com o mundo real
Fale a linguagem do povo.
Evite termos técnicos, “politiqueiros” ou rebuscados. Use exemplos do dia a dia e fale de forma que qualquer pessoa compreenda.
3. Controle e liberdade para o eleitor
Dê espaço para participação.
Pesquisas interativas, sugestões por WhatsApp e abertura para ouvir críticas e ideias aumentam o engajamento e o sentimento de pertencimento.
4. Consistência e padrões
Seja coerente em toda a comunicação.
Do discurso ao design, da rede social à entrevista: o tom, a identidade e as mensagens devem manter unidade. Isso fortalece a marca política.
5. Prevenção de erros
Evite ruídos e interpretações equivocadas.
Antes de publicar qualquer conteúdo, revise com cuidado. Pequenos erros podem virar crises. Antecipe problemas com planejamento e alinhamento estratégico.
6. Reconhecimento em vez de memorização
Ajude o eleitor a lembrar de você.
Slogans fortes, nomes com boa sonoridade, repetição visual do número e frases curtas e marcantes facilitam a lembrança no momento do voto.
7. Flexibilidade e eficiência para diferentes públicos
Comunique de forma personalizada.
Nem todo mundo quer um vídeo de 10 minutos. Crie conteúdos para diferentes níveis de envolvimento: reels, lives, PDFs, podcasts, posts carrossel, etc.
8. Design estético e funcional
Beleza também comunica valores.
Uma peça visual limpa, harmônica e moderna passa a imagem de organização, preparo e profissionalismo. Campanhas desorganizadas afastam.
9. Reconhecimento e recuperação de erros
Se errar, admita, explique e siga.
A transparência nas falhas pode humanizar o político. O eleitor perdoa o erro, mas não perdoa a mentira ou a omissão.
10. Ajuda e documentação
Explique sua trajetória e propostas com clareza.
Deixe fácil o acesso ao plano de governo, à biografia do candidato, aos contatos e canais de escuta. Informação clara transmite seriedade.
Conclusão
Aplicar os princípios da heurística de Nielsen ao marketing político é mais do que uma inovação: é uma forma de respeitar o tempo, a inteligência e a experiência do eleitor.
A boa política começa com boa comunicação. E boa comunicação começa com quem sabe ouvir, adaptar e evoluir.
Se você quer uma comunicação política mais estratégica, inteligente e conectada com o eleitor de hoje, fale comigo. Posso te ajudar a transformar sua imagem em influência — com método, dados e criatividade.